A doença resulta da insuficiência dos hormônios tireóideos para suprir as necessidades do organismo – O hipotireoidismo pode, também, ser decorrente da falha da ação dos hormônios produzidos pela glândula tireoide. A deficiência hormonal é potencialmente séria e, frequentemente, pode passar despercebida. Em contrapartida, é de fácil diagnóstico e tratamento.

Várias doenças podem provocar o hipotireoidismo, contudo, a Tireoidite Crônica Autoimune – também chamada de Tireoidite de Hashimoto – é a mais frequentemente responsável pelo seu aparecimento. Ela ocorre mais comumente em áreas geográficas onde a dieta é insuficiente em iodo, tais como o Brasil. Nesse tipo de tireoidite são produzidas reações imunes contra as próprias estruturas do corpo humano. Em outras palavras, o organismo passa a atacar e destruir suas próprias células. Neste caso, as da glândula tireoide.

Há algumas condições que podem predispor as pessoas a um maior risco de desenvolver hipotireodismo – tais como o histórico familiar de Tireoidite de Hashimoto na família-, quem foi submetido à radioterapia da região cervical ou à cirurgia do pescoço, quem têm outras doenças autoimunes (lúpus, vitiligo, artrite reumatoide etc.) e as mulheres no período pós-parto.

As manifestações clínicas do hipotireoidismo são muitas, incluem vários aparelhos e sistemas orgânicos e dependem da intensidade da carência de hormônios tireóideos. O diagnóstico é baseado nas manifestações clínicas e nos testes laboratoriais. As principais manifestações clínicas do hipotireoidismo são:


Aumento de peso

Bradicardia (redução da frequência de batimentos cardíacos por minuto)

Cabelos secos e frágeis

Cãibra

Cansaço

Constipação intestinal

Depressão

Derrame pleural

Diminuição da memória

Dispneia (sensação de falta de ar)

Alterações do ciclo e do fluxo menstrual

Dor muscular

Edema de face, especialmente das pálpebras

Edema de mãos, pernas (que não deprime após a compressão) e pés

Fraqueza

Aumento do colesterol total e incremento do LDL colesterol

Intolerância ao frio

Mãos e pés frios

Parestesias (formigamentos)

Pele seca, delgada, pálida ou amarelada (excesso de caroteno – carotenose)

Fatores de risco e diagnóstico


É claro que esses sintomas e sinas são comumente encontrados em pessoas sem hipotireoidismo, uma vez que podem ser provocados por muitas razões. Dessa maneira, tais manifestações clínicas têm maior probabilidade de indicar hipotireoidismo quando estão combinadas e seu aparecimento é recente.
 

Diante de uma suspeita clínica, a dosagem sérica de tireotropina (o TSH, hormônio produzido pela hipófise que tem a função de estimular a fabricação dos hormônios tireóideos) e tetraiodotironina livre (T4 livre, um dos hormônios produzidos pela tireoide) é, na maioria das vezes, suficiente para estabelecer o diagnóstico do hipotireoidismo. As determinações das concentrações de anticorpos antitireoideos no sangue (anticorpos produzidos pelo sistema imune de um indivíduo contra substâncias de sua própria tireoide) são importantes para estabelecer a causa da doença, que é mais comumente associada à Tireoidite de Hashimoto.


Adultos com hipotireoidismo sintomático têm, frequentemente, os níveis sanguíneos de TSH acima de 10 mU/L, associadas às de T4 total ou livre abaixo dos valores de referência. Outros adultos apresentam hipotireoidismo menos intenso, com os níveis sanguíneos de TSH, habitualmente, entre 5 mU/L e 10 mU/L, mas as de T4 total e/ou livre encontram-se dentro dos valores de referência. Tal condição nomeia-se hipotireoidismo subclínico.
 


Acompanhamento
 

Uma vez estabelecido o diagnóstico de hipotireoidismo, é indicado o início da terapia de reposição com hormônio tireóideo (levotiroxina). A finalidade é normalizar as concentrações dos hormônios tireóideos e do TSH.


Vale lembrar que o acompanhamento constante dos pacientes com hipotireoidismo é muito importante. Eles devem ser avaliados sistematicamente e não, simplesmente, tomar a levotiroxina e esquecer completamente da tireoide. Isso porque as doses necessárias de levotiroxina podem variar periodicamente. Uma situação comum e, infelizmente, pior, é a descontinuação do tratamento por parte de alguns pacientes. Além de provocar sintomas e sinais de hipotireoidismo, isso também pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, por exemplo.


É particularmente preocupante quando as mulheres em idade fértil suspendem seu tratamento, pois, se engravidarem, a falta de hormônio tireóideo pode levar a sérios problemas de desenvolvimento do sistema nervoso do feto. Entretanto, todos esses inconvenientes podem ser facilmente prevenidos quando se faz um monitoramento adequado com um especialista.

Fonte: www.minhavidaorganica.com.br