PROPOSTAS DO BANCO DO BRASIL A SER ANALISADA PELA MESA DE NEGOCIAÇÕES E DISCUTIDAS COM OS ASSOCIADOS CASSI

1. Íntegra das propostas apresentadas pelo BB dia 22 de agosto

2. Considerações da FAABB

1. Íntegra das propostas apresentadas pelo BB dia 22 de agosto

“Negociações Cassi – BB apresenta proposta

Colega,

Na tarde de ontem, 22, o Banco e as entidades representativas dos funcionários e aposentados estiveram reunidos para dar continuidade ao processo de negociação sobre a sustentabilidade da Cassi. Na oportunidade, o Banco apresentou proposta para viabilizar a implementação de novas soluções nesse sentido.

A proposta apresentada está na direção de uma solução de longo prazo, com medidas que contemplam o aperfeiçoamento da governança, da gestão e das operações da Cassi e investimentos temporários em programas, coberturas especiais e estrutura própria (CliniCassi).

A participação da Cassi nesse processo se faz determinante, sobretudo porque todas as suas decisões de gestão necessárias à continuidade desse processo são de responsabilidade compartilhada entre representantes eleitos e indicados.

Confira abaixo a proposta apresentada pelo Banco:

1. Governança, Gestão e Operação

Desenvolvimento de projetos, com o apoio de empresa especializada de consultoria, para análise e revisão de processos e sistemas, buscando o aperfeiçoamento do modelo de gestão e de governança dos processos internos, a redução de despesas, a viabilização de parcerias estratégicas e a criação de mecanismos de uso racional dos serviços do sistema integrado de saúde da Cassi.

Considerando as fases abaixo, como também a maturação dos projetos a serem implementados, estima-se que a captura dos resultados esteja consolidada até dezembro de 2019:

Fase 1 – Diagnóstico da situação atual, revisão dos materiais existentes, modelagem, plano detalhado, estudos de viabilidade e planejamento da implantação (prazo estimado em 4 meses);

Fase 2 – Implementação das propostas (projetos) aprovadas nos órgãos de governança da Cassi e em consulta ao Corpo Social, observadas as alçadas (prazo estimado de 12 meses).

2. Investimentos

Os investimentos, a serem realizados de forma paritária entre Banco e associados, totalizam um incremento na arrecadação de aproximadamente R$ 34 milhões mensais até dez/2019, conforme abaixo:

Participantes do Plano Associados

Contribuição mensal extraordinária, até dez/2019, de 1% do salário/benefício de ativos, aposentados e pensionistas, o que corresponderá a uma arrecadação adicional mensal aproximada de R$ 17 milhões.

Patrocinador Banco do Brasil

Ressarcimento mensal extraordinário, até dez/2019, de despesas de programas vigentes, coberturas especiais e da estrutura própria (CliniCassi), vinculados ao Plano Associados no valor de R$ 17 milhões.

Contratação e pagamento das despesas com a empresa especializada de consultoria.

3. Acompanhamento dos investimentos

Para acompanhar os investimentos realizados o Banco propõe as seguintes medidas, a serem implementadas mediante aprovação nos órgãos de governança da Cassi:

3.1 Prestação de contas

Prestação de contas trimestral pela Cassi, ao Patrocinador e ao Corpo Social, em relação ao andamento dos trabalhos e implementação das propostas, com decisões intermediárias quanto à continuidade dos ressarcimentos do Banco e das contribuições extraordinárias dos Associados:

· Ao final da Fase 1, após entrega das propostas (projetos) a serem implementadas;

· Ao final da Fase 2, após a implementação das propostas (projetos).

3.2 Sistema de Controles Internos

A Cassi deverá instituir uma estrutura de assessoramento ao Comitê de Auditoria (COAUD), a fim de oferecer melhores condições do COAUD exercer seu papel de apoio ao Conselho Deliberativo em relação à supervisão da gestão dos processos internos, inclusive o acompanhamento dos projetos.

3.3 Recrutamento e Seleção

A Cassi deverá aperfeiçoar o sistema de recrutamento e seleção dos funcionários, de forma que as contratações e promoções sejam realizadas por meio de processo institucional de seleção e ascensão.

3.4 Acordo de Trabalho

A Cassi deverá implementar sistema de acompanhamento que possibilite a avaliação do desempenho operacional de todas as suas áreas, estabelecendo indicadores e metas, como por exemplo, Satisfação dos Participantes, Controle das Despesas Assistenciais e Administrativas, dentre outros relacionados à sua gestão.

Caso haja concordância das entidades representativas, a proposta será encaminhada para deliberação nas instâncias competentes – governança da Cassi, governança do Banco e consulta ao Corpo Social.

Continue acompanhando os desdobramentos sobre o tema. Converse com seus colegas de trabalho. Nesse momento, o envolvimento direto dos associados contribui no debate sobre o assunto.

Bom trabalho!

Carlos Célio de Andrade Santos

Diretor de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinada”

2. Considerações da FAABB

Em primeiro lugar devemos deixar bem claro que essas propostas do Banco do Brasil são as respostas do BB às inúmeras reivindicações que temos feito desde o início da Mesa de Negociações em maio de 2015. Assim, não são propriamente “novidades”, não nasceram da boa vontade do Patrocinador Banco do Brasil, mas sim, da firme postura dos representantes dos trabalhadores à Mesa refutando todas as sugestões iniciais do BB e a cada uma daquelas sugestões apresentando nossas contrapropostas.

É preciso recordar que as propostas iniciais do BB eram, em síntese:

a. Em 2015, o BB propunha: transferir para a Cassi cerca de R$ 5,8 bi referente ao compromisso pós-laboral, obrigação decorrente da Deliberação CVM nº 695/12, que prevê a necessidade de contabilização dos recursos necessários para suportar as contribuições patronais do BB para a Cassi em relação aos funcionários que irão se aposentar e aos que já são aposentados.

 

Assim, o Banco deixaria de provisionar tais recursos e os repassaria integralmente para aquela Caixa de Assistência, por meio da criação de um fundo administrado pela BBDTVM. Não mais contribuiria para aposentados e pensionistas e assim se livraria de qualquer compromisso presente e futuro para com esse segmento.

Ao mesmo tempo, o BB elevaria sua contribuição mensal para a Cassi, de 4,5% para 5,49% somente sobre os proventos brutos dos funcionários em atividade vinculados ao Plano Associados.

Rateio de déficits futuros somente entre os associados, levando-se em conta critérios como faixa etária, grupo familiar (dependentes) ou utilização no período do déficit.

Não precisamos mais discorrer sobre as razões pelas quais rejeitamos veemente essas propostas e nossa rejeição foi fundamentada em Parecer Jurídico.

Os Dirigentes eleitos apresentaram como proposta, ainda em 2015:

– que o banco faça a antecipação das futuras contribuições sobre o saldo do BET e que essa antecipação de contribuição não onera os ativos, uma vez que os valores já serão descontados quando os funcionários se aposentarem;

– rever as remunerações pagas pelo banco que não tem nenhuma contribuição para a Cassi, tais como os bônus dos executivos, o PDG e as indenizações do PAET;

– que o BB faça dois aportes, de 300 milhões de reais, sendo um em 2015 e outro em 2016, para cobertura dos déficits até início do projeto piloto de ampliação da Estratégia Saúde da Família e implantação das medidas estruturantes;

– que o BB faça aporte extraordinário de 150 milhões para implantação do projeto piloto.

– aporte exclusivo do Banco.

A FAABB adicionou as propostas:

a) manutenção do “princípio da solidariedade”;

b) manutenção da responsabilidade atuarial do BB;

c) manutenção do Programa de Assistência aos Crônicos (PAC);

d) manutenção do Programa de Assistência Farmacêutica (PAF).

COBERTURA DO DÉFICIT ATUAL – Exercícios de 2014 e 2015 através de aporte exclusivo do BB.

Ao longo de todo o ano de 2015, a Mesa se reuniu por várias vezes, sempre com recusas do Banco do Brasil e nós tentávamos, sem sucesso, ajustar nossas propostas de forma a obter a concordância do Banco do Brasil.

Ao final de 2015, AAFBB, ANABB e FAABB, construíram propostas alternativas às do Banco que em resumo eram:

1) reafirmação do modelo de atenção integral à saúde com a estratégia de saúde da família, de forma a que a CASSI possa trabalhar na lógica preventiva ao invés da curativa, com maior resolutividade na preservação da saúde e no combate a doenças, em menor prazo e com menor custo;

2) manutenção das atuais coberturas do Plano de Associados para todos os funcionários da ativa, aposentados e pensionistas, e seus dependentes;

3) ampliação da cobertura do modelo de atenção integral à saúde para 100% dos participantes do Plano de Associados (funcionários da ativa, aposentados, pensionistas e dependentes) e para 100% dos pacientes com doenças crônicas do Plano Cassi Família;

4) aperfeiçoamento do modelo integrado de negociação e regulação, para evitar estresse nas relações com prestadores de serviços e, consequentemente, interrupções nos serviços prestados;

5) assunção pelo Banco do Brasil do investimento no Programa de Excelência no Atendimento, com orçamento total de R$ 150 milhões, em 5 anos;

6) definição do percentual global de contribuição sobre as folhas de pagamentos do BB e da PREVI na ordem de 11,58%;

7) definição do nível de reservas livres e obrigatórias em 6 meses de despesas médicas e administrativas;

8) criação da conta de “Reserva para Investimentos” com os excedentes de reservas livres e obrigatórias para pagamento de despesas médicas e administrativas;

9) definição da proporção contributiva de 1 para 1,5, respectivamente para os funcionários e o BB;

10) definição dos percentuais de contribuições pessoais em 4,63% e patronais em 6,95%;

11) manutenção do regime de solidariedade como forma de ratear os custos entre os participantes;

12) definição de uma periodicidade para reavaliação da estrutura de custeio;

13) manutenção do compartilhamento da gestão e da responsabilidade pelos resultados positivos ou negativos, como preceituam todas as regras de boa governança corporativa;

14) antecipação de contribuições patronais futuras para cobrir necessidades de caixa no período de debates, aprovação e implementação da proposta ora apresentada.

Todas essas propostas foram ou ignoradas pelo BB ou simplesmente rejeitadas. Assim, neste momento, em agosto de 2016, o Banco do Brasil apresenta esse conjunto de propostas onde, na parte financeira, sugere que:

Extraordinariamente, nós, ativos, aposentados e pensionistas façamos, até dez/2019, Contribuição Mensal extraordinária, de 1% de nossos salários ou benefícios, o que corresponderá a uma arrecadação adicional mensal aproximada de R$ 17 milhões. E O BB, POR SUA VEZ, ressarcir mensalmente, de forma também extraordinária, até dez/2019, de despesas de programas vigentes, coberturas especiais e da estrutura própria (CliniCassi), vinculados ao Plano Associados até o valor de R$ 17 milhões, além de arcar com a contratação e pagamento das despesas com a empresa especializada de consultoria.

A princípio as propostas do BB são passíveis de serem apreciadas. Contudo, nós temos o dever de continuar insistindo com o Banco do Brasil para que os ressarcimentos que fará à CASSI mantenham a proporção prevista em Estatuto, ou seja, se nossas contribuições extraordinárias até dez/2019 seriam de 1% igual a cerca de 17 milhões, tais coberturas do BB sejam na ordem de 1,5%, ou seja, 25.500.

É este o estado atual das negociações e é importante que cada associado conheça, reflita e questione.

Atenciosamente

Isa Musa de Noronha

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(25/07/2016)

Entidades de representação retomam negociação da Cassi com o BB

 

 “Na última segunda-feira, dia 18, as Entidades de Representação do Funcionalismo da ativa e aposentados do BB,  que compõem a Mesa de Negociações da Cassi (AAFBB, ANABB, FAABB, CONTRAF e CONTEC) retomaram os debates sobre a sustentabilidade daquela caixa de assistência.

 

Os representantes das Entidades cobraram do Banco informações sobre o andamento dos projetos de ações estruturantes e ações emergenciais de reforço de caixa para a Cassi, a fim evitar que se tenha corte de benefícios, falta de atendimento e possíveis descredenciamentos.

 

A mesa reafirmou que os projetos não são de uma ou outra diretoria da Cassi, mas da Entidade, e que devem ter continuidade. Os projetos fazem parte do Programa de Excelência no Relacionamento, desenvolvido pelas diretorias da Cassi, que tratam de aperfeiçoamento dos mecanismos de regulação, gestão da rede de prestadores, acesso qualificado através do sistema integrado de saúde, gestão integrada de informações de estudos estatísticos e atuariais, aperfeiçoamento dos processos orientados ao sistema de saúde Cassi e novos planos.

 

As entidades também cobraram do Banco que apresente proposta de sustentabilidade de longo prazo para ser debatida.

 

Foram reafirmados os princípios balizadores da negociação e consensos construídos ao longo do processo de negociação:

– o princípio da solidariedade;

– investimento no Modelo de Atenção Integral à Saúde através da Estratégia Saúde da Família;

– a garantia de atendimento para ativos, aposentados, dependentes e pensionistas;

– corresponsabilidade entre BB e associados.

 

Propostas de cunho emergencial foram apresentadas para análise do Banco de forma a garantir reforço de caixa considerando o fim das reservas livres. Os representantes do funcionalismo da ativa e aposentados apresentaram a proposta de antecipação do SiBET, (valores oriundos de contribuição patronal e pessoal, a partir do resgate do saldo do BET na Previ, referentes aos funcionários do Plano 1 ainda em atividade).  Esta medida anteciparia os recursos e não traz nenhum prejuízo aos associados.

 

Foi sugerido novamente que se tenham contribuições para a Cassi nos acordos judiciais e extrajudiciais trabalhistas e que o banco analise a antecipação de contribuições.

 

O Banco informou que parte das análises dos projetos está sendo conduzida dentro do próprio banco com a avaliação dos dados disponíveis até o momento e que o Banco está estudando a forma de se fazer o investimento nos projetos.

 

Sobre as propostas de cunho emergencial, o Banco afirmou que ainda nesta semana fará reuniões com a Diretoria da Cassi para discutir algumas medidas que foram propostas e estão sendo analisadas técnica e juridicamente, reiterando o Banco que todas as medidas sugeridas preservam os benefícios e mantém o atendimento integral aos associados.

 

Sobre antecipação de recursos, o Banco afirmou que já fez com a antecipação do 13º proposta pela Mesa de Negociação e que esta foi a única medida possível de antecipação, até o momento.

 

“As entidades cobraram que as negociações sejam aceleradas e foi acordado que teremos rodadas em menor tempo entre uma e outra a partir de agora, sendo a próxima  rodada agendada para o dia 1º de agosto.”

 

NOTA: A FAABB nessa reunião foi representada por nossa Diretora de Assuntos Assistenciais, Loreni de Senger.

 

OPINIÃO DA FAABB

        Se o BB vinha enrolando nas negociações desde início de 2015, agora que empacou de vez. Ao que parece, o BB está sem rumo na incerteza política – não sabe se “volta Dilma” ou se “Fica Temer”. Essa história de que “O banco informou que parte das análises dos projetos está sendo conduzida dentro do próprio banco com a avaliação dos dados disponíveis até o momento e que o BB está estudando a forma de se fazer o investimento nos projetos”. É conversa para boi dormir, pois ainda março o BB havia se comprometido a contratar as empresas e tocar os projetos. Naquela reunião de março “O Banco informou que no que se refere às contratações das empresas, já foram feitas prospecção e apresentação de projetos e que já estaria em fase de pré-licitação para a contratação.”

 

Não há novidades. Não há nada de concreto. Ao que parece, parte da Diretoria tem lançado propostas nas Redes Sociais.

Vejam o que pensa o Diretor William Mendes:

 

“- Opinião sobre o custeio, sobre o déficit atual e o fim das reservas livres no Plano de Associados

 

Entendo que para podermos investir no modelo assistencial de Atenção Integral à Saúde e na ESF e manter os direitos dos associados, é necessário consultar o Corpo Social para aumentar as receitas do Plano de Associados, dos atuais 7,5% sobre a remuneração dos associados (desde 1996) para 10%, mantendo-se a proporcionalidade estatutária entre a parte do Banco e a dos associados (1 x 1,5 vez). Os associados aumentariam sua contribuição para 4% e o patrocinador BB aumentaria a sua para 6%, mantendo-se a proporcionalidade contributiva atual.

 

Para sairmos da impossibilidade de ampliação do modelo assistencial por falta de investimento, fator prioritário para sustentabilidade da Cassi e melhor uso dos recursos do Plano nos próximos anos, sugiro contribuição extraordinária de mais 0,5% exclusivamente rubricado para a gestão e ampliação da ESF e Atenção Integral, a cargo da Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento, responsável pelas unidades administrativas da Cassi nos Estados e pelas unidades de atendimento aos associados, as CliniCassi (hoje 65 unidades no país). O recurso de 0,5% (meio por cento da folha) extraordinário seria por 5 anos, por parte dos dois patrocinadores, com prestação de contas no Relatório Anual Cassi e avaliação ao final do período.

 

Como a situação de liquidez necessita de tempestividade na solução para os próximos meses, e sou absolutamente contrário a qualquer proposta que interrompa o pagamento dentro da normalidade aos prestadores de serviços de saúde (rede credenciada) porque isso afetaria tanto aos associados quanto às relações comerciais da Cassi, sugiro também consultar o Corpo Social para que haja rateio mensal do déficit do Plano de Associados, também proporcional 1 x 1,5 em relação aos dois patrocinadores, Corpo Social e Banco do Brasil, até que a nova proposta de receita de custeio seja aprovada.

 

Nos próximos dias e semanas escreverei mais, aqui neste espaço, a respeito de minhas opiniões e estou à inteira disposição das entidades e suas lideranças e dos gestores do Banco do Brasil para conversarmos a respeito do tema.

 

Também produzimos estudos na Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento desde o início de 2015 que nos dão muita convicção em defender a ampliação do modelo de Atenção Integral e ESF. Os estudos indicam que o grupo de participantes já cuidados por nós na Estratégia Saúde da Família tem um comportamento de despesas assistenciais no uso da rede credenciada melhor do que o grupo de participantes que ainda não se vinculou ao nosso modelo assistencial.

 

Enfim, é isso o que apontamos inicialmente para contribuir nos debates entre os patrocinadores, o Banco do Brasil e o Corpo Social. Abraços,

William Mendes

Diretor de Saúde e Rede de Atendimento”

 

IMPORTANTE: Essas propostas do Diretor William Mendes não foram levadas à mesa de negociações com os representantes do Banco do Brasil.

 

Att

Isa Musa

 

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(21/01/2016)

MESA DE NEGOCIAÇÃO DA CASSI APRESENTA AVANÇOS

(Redação CONTRAF CUT)

 

Em reunião realizada nesta terça-feira, dia 19/01, em Brasília, as entidades representativas do funcionalismo do BB e aposentados cobraram do banco respostas referentes aos pontos pendentes da última mesa de negociação.

 

As entidades cobraram do banco sobre o andamento dos projetos de ações estruturantes, uma vez que houve impasse no âmbito da Cassi, o que emperrou o início dos projetos e também sobre alguma solução para o caixa da Cassi, de forma a se evitar falta de pagamento dos serviços, que prejudique o atendimento aos associados da Cassi e que possa gerar descredenciamentos.

 

As entidades afirmaram que houve avanços ao longo do processo negocial e que foram produzidos consensos que devem ser mantidos, como o princípio da solidariedade, o investimento no Modelo de Atenção Integral à Saúde através da Estratégia Saúde da Família, a garantia de atendimento para ativos, aposentados, dependentes e pensionistas e corresponsabilidade entre BB e associados.

 

O Banco reconheceu que houve avanços na mesa de negociação e informou que, após a última reunião com as entidades, conforme acordado, se reuniu com os diretores eleitos e técnicos da Cassi para discutir sobre os projetos. Informou também que vai dar sequência aos projetos, iniciando a abordagem a empresas especializadas e garantiu o compromisso do Banco do Brasil para que os projetos tenham andamento.

 

Esses projetos fazem parte do programa de excelência no relacionamento que é composto de seis iniciativas estratégicas: aperfeiçoamento dos mecanismos de regulação, gestão da rede de prestadores, acesso qualificado através do sistema integrado de saúde, gestão integrada de informações de estudos estatísticos e atuariais e aperfeiçoamento dos processos orientados ao sistema de saúde CASSI e novos planos.

 

As entidades acrescentaram que mesmo com a contratação de empresas para dar andamento aos projetos, deve-se ter o compromisso de não haver alterações substanciais que mudem o modelo de Cassi que defendemos, o que teve concordância do BB. O Banco também afirmou que todas as decisões seguirão o trâmite normal dentro da governança da Cassi, via diretorias e conselhos.

 

 

PROPOSTAS PARA REFORÇAR O CAIXA FINANCEIRO DA CASSI

 

O Banco do Brasil afirmou que enquanto os projetos estão na fase inicial o banco está estudando várias alternativas para o reforço de caixa, e serão apresentadas internamente na Cassi e que tem a tranquilidade de afirmar que após essas medidas, garante que não haverá falta de pagamento a nenhum prestador da Cassi, o que não houve até agora.

 

A comissão de negociação também cobrou o Banco que não apresente nenhuma medida que corte benefícios ou suspenda programas de atendimento aos usuários dos planos da Cassi. O Banco informou que apresentará soluções para reforço de caixa sem corte de benefícios e que, sendo aprovadas depois de debatidas internamente, pode-se pensar até em sair do contingenciamento do orçamento.

 

Foi debatido então um prazo necessário para que a mesa seja retomada com a apresentação do encaminhamento sobre os projetos e quais as soluções para reforço de caixa que serão implementadas. Ficou acertado que o prazo mínimo será de 30 dias e, se houver necessidade, haverá uma reunião nesse intervalo.

 

A próxima roda de negociação entre banco e entidades ficou agendada para o dia 25 de fevereiro.

 

SOBRE DESCREDENCIAMENTOS NA CASSI E EM OUTROS PLANOS

 

Os membros da Comissão de Negociação pediram informações à Diretoria da Cassi sobre descredenciamento de prestadores na Cassi e em outros planos, que estão sendo relatados por associados em várias regiões.

Foi informado que os descredenciamentos têm origens diversas que vão desde a pouca quantidade de usuários no local até vencimento de contratos, mas que em nenhum caso foi por falta de pagamento e que a Cassi não deixou de pagar nenhum prestador.

(Fonte: CONTRAF CUT)

       

AVALIAÇÃO DA FAABB

 

 1. A CASSI vive em dificuldades desde 1992. Em 1996 foi feita uma enorme mudança nos paradigmas da CASSI e, quem defendeu tais mudanças, o fez advogando que essas resolveriam a questão. A realidade apontou outra história. Não resolveu. Já em 1999 os Auditores Independentes já temiam pela sustentabilidade da CASSI e o Conselho Fiscal de então recomendou que as contas do exercício não fossem aprovadas. Depois em 2005, 2006 a crise voltou com força. Em mesas de negociação o BB decidiu por novas mudanças estatutárias e fez: botou dinheiro vivo na CASSI. Veio o BET e deu certo fôlego à CASSI. Em 2014 novo déficit fez arrepiar a todos nós e nova mesa de negociação foi criada para discutir não só a cobertura do déficit, mas as questões de gestão e sustentabilidade na CASSI.

 

2. Ao longo de todo ano de 2015 inúmeras reuniões foram feitas com o Banco e este apresentou como “solução”, nos empurrar os 5,830 bi e desvencilhar-se de vez de sua responsabilidade para com a saúde de aposentados e pensionistas. Evidentemente ninguém em sã consciência aceitou essa proposta indecorosa, razão pela qual as negociações se arrastam em busca de uma solução.

 

3. Enquanto isso, fora da CASSI, a saúde entrava em crise atingido a maioria das operadoras, seja as de mercado ou as de auto gestão e o Diretor da CASSI William bem trouxe essas informações.

 

4. Em de 18/01/16, a Folha de São Paulo publicava que os paciente ganham 9 em cada 10 ações contra plano.  Quem realizou a pesquisa afirmou que o problema que leva à Justiça está em constante movimento e tem a ver com lacunas da regulação.  Observa-se, entretanto, que a maioria das sentenças favoráveis aos usuários e contra os planos de saúde estão ferindo os contratos de cobertura dos planos e determinando fazer procedimentos ou fornecer materiais e medicamentos que não estão previstos nem na regulação e nem na legislação da Agência Nacional de Saúde.

 

5. O Diretor da CASSI, William Mendes considera que se essa tendência não for revista não vai sobrar um plano de saúde coletivo sério nos próximos anos, com mensalidades possíveis de serem pagas, e assim a maioria dos milhões de usuários terá que recorrer ao SUS, pois não terão como pagar os custos rateados coletivamente por pagar decisões da justiça para casos individuais não previstos nos contratos, legislação e custo dos planos.

 

6. Por mais que entendamos urgente aperfeiçoar a gestão da CASSI é forçoso reconhecer que não há milagre que dê conta da equação perversa residente no setor saúde com problemas estruturais e conjunturais, por exemplo:

 

– inflação médica;

 

– judicialização que cria despesa assistencial não prevista nos contratos e legislação;

 

– rede hospitalar atuando com cheque em branco ao internar pacientes dos planos conveniados;

 

– a contribuição pessoal e patronal atrelada a reajustes de proventos e benefícios de pensão ou aposentadoria que nem de longe acompanham a inflação oficial e a médica (que é maior do que a oficial).

 

7. Para piorar, ainda segundo análise do Diretor William, a Resolução 259/268 da ANS, de garantia de atendimento, cujo objetivo correto era não deixar usuários desassistidos, teve como consequência negativa uma desorganização negocial na relação operadoras de saúde/rede credenciada, porque os planos de saúde não estão mais conseguindo credenciar profissionais de saúde, clínicas e cooperativas de médicos, pois a Resolução acaba obrigando os planos a pagarem o valor que eles quiserem em suas consultas.

 

8. Pode-se somar a tudo isso as fraudes absurdas no fornecimento materiais e medicamentos e a forma de organização praticamente em monopólio em que estão organizados os setores de exames e diagnóstico no país, a falta de ética de alguns segmentos ou profissionais na área da saúde e o mais importante nessa discussão da (in)sustentabilidade no setor de saúde: a mudança cultural e estrutural do modelo de saúde atual, focado na doença e na cura caríssima dela e não na prevenção e cuidado das pessoas, coletivamente, ao longo da vida.

 

9. As questões CASSI  não estão imunes a tantas intempéries. Há necessidade urgente de se rever a gestão, processos, procedimentos, relação com prestadores e associados. Nessa última reunião, ao que parece, o próprio BB compreendeu isso. Talvez tenha reconhecido a sua parcela de culpa na incompetência que o ex-Diretor do BB e ex-Presidente da CASSI alardeia em seus vídeos. Tanto que decidiu pela contratação de  empresas especializadas em gestão para promover estudos aprofundados nos processos internos, na gestão dos modelos, em medidas estruturantes para aumentar a eficiência da gestão da Cassi nas áreas de procedimentos e de regulação e gestão de prestadores de modo a implantar dois pilotos do modelo assistencial da Cassi de Atenção Integral para 100% dos participantes em duas cidades (pilotos)  – determinando as correções necessárias para as medidas estruturantes para que essas tragam economias nos próximos anos e permitir que a Cassi persiga seu objetivo central de implantar o Modelo Assistencial de Atenção Integral à Saúde, com foco na prevenção de doenças e promoção de saúde, reabilitação e recuperação. Examinar e aprofundar a viabilidade do eixo do modelo na Cassi, baseado na Estratégia Saúde da Família (ESF) que foi planejado para ser estendido para o conjunto dos participantes (Plano de Associados e Cassi Família).

 

Isa Musa de Noronha

 

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(01/09/2015)

 

Negociação da Cassi segue com apresentação de pauta emergencial

 

Dando prosseguimento aos debates da mesa de negociação da Cassi entre entidades representativas dos funcionários e Banco do Brasil, a Comissão de Negociação apresentou ao Banco propostas de caráter emergencial e reafirmou propostas que já foram colocadas em mesa.

Os representantes dos funcionários apresentaram ao Banco uma série de propostas e sugestões para análise de viabilidade e que contemplem um reforço de caixa na Cassi para que propostas de caráter mais permanente e de sustentabilidade sejam discutidas com maior tranquilidade.

Foram apresentadas as seguintes propostas de caráter emergencial:

– Antecipação do repasse da contribuição patronal e pessoal do valor referente à Cassi sobre o 13º salário do ano de 2015, sendo que na parte pessoal também seria uma antecipação feita pelo Banco.

– Contribuições para a Cassi sobre os acordos de CCP e CCV. Este item também é integrante da minuta de reivindicações aprovada no Congresso dos Funcionários do BB.

– Que nos acordos judiciais e processos trabalhistas sejam recolhidas contribuições para a Cassi.

– Destinação para a Cassi do percentual de 5% sobre o montante a ser distribuído na PLR, antes da distribuição aos funcionários.

– Antecipação do percentual destinado à Cassi sobre valor do Benefício Especial Temporário (BET) já provisionado para ser pago pela Previ aos funcionários da ativa integrantes do Plano 1, assim que se aposentarem. Já consta no regulamento do BET, a contribuição para a Cassi e os valores seriam antecipados do montante já contabilizado na Previ.

Os representantes também reafirmaram ao banco propostas já apresentadas e discutidas entre as entidades e dirigentes eleitos da Cassi:

– Dois aportes de R$ 300 milhões para cobertura dos déficits até início do projeto piloto de ampliação da Estratégia Saúde da Família e implantação das medidas estruturantes.

– Aporte extraordinário de R$ 150 milhões para implantação do projeto piloto.

– Inclusão no Estatuto da Cassi do compromisso de proporcionalidade de contribuição de uma vez e meia do BB para uma dos associados.

 

O Banco do Brasil ficou de analisar as propostas e a sua viabilidade legal e os impactos no provisionamento pelas resoluções da CVM.


Os representantes dos funcionários questionaram o BB que não podemos usar a CVM como impedimento das soluções propostas pelos funcionários. O Banco afirmou que vai sempre analisar este aspecto para saber se a instituição pode ou não absorver os impactos no balanço.

Quanto às contribuições para a Cassi sobre os processos judiciais, o Banco informou que vai analisar mais detalhadamente, mas que considera mais difícil um encaminhamento por se tratar de tema que também envolve contribuições para a Previ e aspectos relativos às próprias decisões da justiça.

O Banco também apresentou dados mais atualizados sobre os números financeiros da Cassi, incluindo as projeções de déficit para 2015, 2016 e o consumo das reservas técnicas.

A próxima rodada está marcada para o dia 4 de setembro, quando o Banco apresentará os estudos de viabilidade das propostas emergenciais apresentadas até o momento uma vez e meia do BB para uma dos associados.

O Banco do Brasil ficou de analisar as propostas e a sua viabilidade legal e os impactos no provisionamento pelas resoluções da CVM.


Os representantes dos funcionários questionaram o BB que não podemos usar a CVM como impedimento das soluções propostas pelos funcionários. O Banco afirmou que vai sempre analisar este aspecto para saber se a instituição pode ou não absorver os impactos no balanço.

Quanto às contribuições para a Cassi sobre os processos judiciais, o Banco informou que vai analisar mais detalhadamente, mas que considera mais difícil um encaminhamento por se tratar de tema que também envolve contribuições para a Previ e aspectos relativos às próprias decisões da justiça.

O Banco também apresentou dados mais atualizados sobre os números financeiros da Cassi, incluindo as projeções de déficit para 2015, 2016 e o consumo das reservas técnicas.

A próxima rodada está marcada para o dia 4 de setembro, quando o Banco apresentará os estudos de viabilidade das propostas emergenciais apresentadas até o momento.